sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

INTELIGÊNCIA ANTIESTRESSE (Por Madu Cabral)


O estresse não está mais restrito às pessoas que chegam em casa infelizes com seus trabalhos no fim do dia. Quem adora o que faz, tende a esquecer de suas necessidades e bem-estar, ocupa mais tempo e energia do que deveria e uma hora o estresse aparece.

O professor de Power Yoga, Anderson Allegro, diretor da Aliança do Yoga, dá soluções “yóguicas” para manter a calma e a saúde.

Com as exigências da vida moderna, como encontrar o limite entre eficiência e estresse?
O que caracteriza a eficiência é a capacidade de fazer algo sem esforço. Se existe esforço ou estresse é porque ainda não somos eficientes no que estamos tentando fazer. Por exemplo, para um chef de cozinha, cozinhar é algo simples, basta olhar o que tem na geladeira, combinar tudo e fazer um prato saboroso. Para alguém que não sabe cozinhar, esse processo será longo e tenso: sair para comprar ingredientes, processar tudo, cuidar do tempo que o alimento fica no fogo etc. Assim, para mim, eficiência e estresse se excluem mutuamente. Porém, mesmo se nos dedicamos a fazer apenas as coisas nas quais somos eficientes, é preciso prestar atenção no tempo que cada atividade leva e não se sobrecarregar. Mesmo o chef de cozinha, se tiver que fazer oito pratos em 15 minutos, poderá ficar estressado, pois o tempo que tem não será suficiente para a tarefa. Acho que um dos males da vida moderna é que nos tornamos eficientes em várias coisas e queremos fazê-las todas, mas nosso tempo continua sendo o mesmo de sempre: 24 horas.

Quais práticas e técnicas podem ajudar a estabelecer esse limite?
A Yoga Nidra (relaxamento profundo) é a técnica que diminui os níveis de estresse. Quando estamos equilibrados e conectados conosco, passamos a perceber quando forçamos nossa natureza para realizar algo e o nível de exigência daquela tarefa. A clareza mental dada pela Yoga Nidra, e amplificada pela meditação, nos permite refletir e fazer escolhas melhores. Podemos focar naquilo que somos eficientes e deixar de nos esforçar tanto.

Anderson Allegro é professor de Yoga há mais de 20 anos e biólogo. Estuda e ensina essa disciplina desde os 18 anos e viajou à Índia várias vezes para aprimorar-se. Aprendeu Ashtanga Yoga com Baptiste Marceau, professor francês, discípulo de Pattabhi Jois e participou do Planet Yoga Teacher Training com Leeann Carey em Hermosa Beach, Califórnia. Tem feito palestras sobre Yoga em encontros de professores e praticantes de Yoga em Florianópolis e São Paulo. Atualmente, dirige o Aruna Yoga, onde ministra o Curso Livre para Formação de Instrutores de Power Yoga há mais de dez anos. É o criador e apresentador do DVD POWER YOGA, volume 1 e 2, da Editora Qualidade de Vida. É diretor e um dos idealizadores da Aliança do Yoga. http://www.arunayoga.com.br/


Uma entrevista com Deepak Chopra, autor de mais de 55 livros, médico mundialmente reconhecido na área de cura do corpo e mente.
Por Madu Cabral

1. Quais são os principais hábitos que temos hoje em dia que impactam negativamente nossa saúde?
De acordo com Ayurveda (a ciência da vida) para os seres humanos serem realmente saudáveis precisamos viver de acordo com os ritmos da natureza, mas estamos cada vez mais desconectados destes ritmos. Para satisfazer nossos egos, precisamos sempre de mais poder e controle. Este é um círculo vicioso que vai se acentuando e a cada dia estamos mais desconectados de nosso ser. Portanto, temos que voltar à natureza e ao silêncio, precisamos transferir o nosso ponto de referência do exterior, do mundo material, para o nosso coração espiritual.

2. Como Yoga e Ayurveda podem beneficiar a nossa saúde?
Yoga e Ayurveda são ciências irmãs, que caminham juntas em prol do bem estar da humanidade. Yoga é o caminho da autorrealização. Ayurveda é o caminho para se obter uma boa saúde. O Ayurveda vê a vida como um intercâmbio de energia e de informação entre os indivíduos e meio em que vivem. Se nosso ambiente nos dá frutos e atmosfera agradáveis, nós prosperamos; se o nosso ambiente nos oferece desconforto e toxinas, nós definhamos. O Yoga integra nossos três corpos: físico, sutil e causal. Fortalece nosso corpo físico, equilibra o corpo sutil, nos centrando para entrarmos em contato com o corpo causal, alinhando nossa realidade material com nossa realidade virtual. Neste alinhamento acessamos o campo da potencialidade pura que permite que cada um de nós tenha uma vida saudável e próspera.

3. Como meditação e pranayama podem influenciar nossa saúde e nosso estado de espírito?
Pela primeira vez na história da humanidade a ciência está experimentando a espiritualidade. Quando controlamos o prana (energia vital), somos capazes de controlar nossa mente. Por meio de pranayamas (exercícios respiratórios) equilibramos as emoções, controlamos os pensamentos, fortalecemos o sistema endócrino e imunológico, criando energia que flui em nosso corpo. A meditação nos ensina a aquietar a mente, abrindo espaços silenciosos entre os pensamentos, nos ajuda a avançar no autoconhecimento e autodesenvolvimento.

4. Como podemos encontrar paz interior? O sr. poderia nos dar alguns conselhos práticos e exercícios?
O campo da potencialidade pura é a paz! É um lugar onde não há estresse, dor ou sofrimento e que devemos "visitar" todos os dias. Temos de aprender a aquietar nossas mentes e a viver no momento presente. Esta paz permanecerá em nós, mesmo em meio ao caos, mesmo em situações desafiadoras em nossas vidas.
Em relação aos conselhos práticos, acredito que professores de Yoga podem conduzir seus alunos em pequenas meditações guiadas como: “Sente-se confortavelmente, mantendo a sua coluna em posição ereta. Feche os olhos e leve a sua atenção no momento presente, sem julgamento ou sem qualquer expectativa. Apenas viva este momento. Agora observe sua respiração. Lentamente inspire e expire. Sinta o prana entrar pelas suas narinas e, em seguida, perceba o ar saindo suave e fluidamente. Este processo é natural. Evite controlar, apenas vivencie sua respiração. Se os pensamentos surgirem, basta voltar sua atenção para sua respiração. Vivencie e aprecie este momento por pelo menos dez minutos”. Lentamente, você se acostuma a este exercício. À medida que ele se torna natural e se sinta mais confortável, aumente o tempo de prática

5. Como esta paz interior influencia o nosso meio?
O Universo é um enorme vazio cheio de fótons que vibram permanentemente. Quando pensamos, todos nossos pensamentos são projetados nestes fótons. Isto significa que todos nossos pensamentos de raiva, medo, ressentimento, ficam alojados nestes fótons. Desta forma, todo o Universo vibra nesta frequência de raiva, medo, ressentimento, influenciando-nos com essas emoções que são muito comuns. Se formos capazes de sentir a paz em nossos corações todo o Universo vibrará em paz novamente. Todo o ser humano receberá as vibrações de paz, harmonia, amor e felicidade.

6. O que um grande grupo em meditação pode fazer pelo mundo?
Uma pessoa sozinha em meditação não é capaz de fazer muito pelo mundo. Mas, se formos capazes de reunir pessoas que querem se transformar, pessoas que realmente desejam conectar-se com os seus espíritos e alcançar paz interior, seremos fortes o suficiente para iniciar uma mudança na vibração do universo. Da violência à paz, cada um de nós é responsável por criar um mundo melhor.

Deepak Chopra é o idealizador de um movimento mundial pela paz, com mais de 20 mil participantes. Faça parte, acesse http://itakethevow.com/.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Mitos e verdades sobre a alimentação vegetariana


A alimentação vegetariana gera muitas dúvidas em relação à saúde. Uns dizem ser prejudicial devido à falta de proteína e ferro, outros acreditam que o estilo de vida é mais saudável e evita algumas doenças. Pensando nisso, ÉPOCA Online conversou com Eric Slywitch, médico coordenador do departamento científico da Sociedade Vegetariana Brasileira, e George Guimarães, nutricionista especializado em vegetarianismo.

Confira os principais mitos e verdades.

O que um vegetariano come?

O vegetariano come tudo o que qualquer pessoa come, exceto as carnes. No entanto, há formas diferentes de adotar a dieta vegetariana, utilizando-se ou não os derivados animais, como ovos, queijos e leite. Assim, além da possibilidade de utilizar os derivados animais citados acima, um vegetariano tem todo o reino vegetal para utilizar como alimento: cereais, leguminosas, oleaginosas, vegetais amiláceos, legumes, verduras e frutas.

A dieta vegetariana pode trazer algum risco à saúde?

Quando bem planejada, a dieta vegetariana é viável em qualquer fase da vida. Já dietas onívoras estão mais sujeitas às doenças do excesso alimentar. Já a dieta vegana exige um cuidado maior com relação ao cálcio e vitamina B12. A partir do terceiro ano de veganismo, é necessário uma suplementação de vitamina B12, pois não existe a ingestão da vitamina.

Mulheres vegetarianas têm uma gestação normal?

Os estudos que acompanharam mulheres vegetarianas com uma dieta variada e equilibrada demonstram que o desenvolvimento do feto é normal e totalmente adequado. É importante, por prevenção, a suplementação a vitamina B12 e Ômega 3, já que auxiliam na formação do sistema nervoso do feto.

Crianças precisam de carne para se desenvolver normalmente?

Não há nenhum componente presente na carne que não seja encontrado nos outros alimentos utilizados pelos vegetarianos, portanto, não. Os estudos que encontraram crescimento inadequado foram realizados com crianças submetidas a dietas extremamente restritas, como nas macrobióticas. A dieta vegetariana (inclusive sem ovos, queijo e leite), bem planejada, promove crescimento e desenvolvimento normais.



Vegetarianos podem praticar esportes regularmente?

Claro! Uma alimentação que fornece todos os nutrientes essenciais, como é a vegetariana, não traz nenhuma limitação à prática de atividades físicas, muito pelo contrário. Alguns atletas famosos e medalhistas olímpicos, como Carl Lewis e o pugilista brasileiro Éder Jofre, são vegetarianos.

A dieta vegetariana previne o câncer?

O estilo de vida vegetariano está associado às principais medidas que reduzem o surgimento do câncer, como menor consumo de álcool, menor incidência de tabagismo, maior prática de atividades físicas, menor prevalência de obesidade, maior consumo de frutas e vegetais, cereais integrais, assim como maior consumo de vitaminas antioxidantes, como vitamina C, E, carotenóides e alimentos funcionais. Devido a isso, nenhum estudo científico comparando onívoros com vegetarianos encontrou maior incidência de câncer em populações vegetarianas. Ao mesmo tempo, diversos estudos demonstram menor incidência de diversos tipos de câncer em populações vegetarianas, principalmente de cólon e próstata.

O vegetariano tem menos chances de sofrer doenças cardiovasculares?

Sim! Não há mais dúvidas com relação a isso. Os resultados dos estudos são unânimes nessa constatação. Devido a isso, a American Heart Association recomenda a dieta vegetariana.
É necessário fazer suplementação de vitaminas, minerais, ao se tornar vegetariano ?O único nutriente que necessita ser suplementado na dieta vegetariana é a vitamina B12, mas apenas quando o indivíduo não utiliza ovos, leite e derivados. Todos os demais nutrientes, inclusive as proteínas e o ferro, são obtidos com facilidade na dieta vegetariana.

Vegetarianos não obtêm proteínas suficientes?

Não há motivo algum para se preocupar com as proteínas na dieta vegetariana. A preocupação teórica criada pela nutrição científica antiga não se sustentou ao observar as populações vegetarianas. Todos os estudos demonstram que os vegetarianos ultrapassam tranqüilamente as necessidades protéicas, mesmo quando todos os derivados animais são retirados do cardápio. Para atingir as necessidades protéicas, basta atingir as necessidades calóricas diárias, com ênfase numa dieta baseada em grãos. A dieta brasileira é excelente nesse sentido. A combinação de arroz com feijão fornece uma composição de aminoácidos, que são os formadores das proteínas, considerada excelente.

Vegetarianos têm problemas com a falta de ferro?

Não. O que ocorre é que o ferro de origem vegetal é mais sensível aos fatores que estimulam e inibem a sua absorção. Os vegetarianos têm a mesma prevalência de anemia por falta de ferro do que os não vegetarianos. A dieta vegetariana, ao contrário do que muitos pensam, não é pobre em ferro e, aliás, costuma ser mais rica nesse mineral do que a onívora. Por outro lado, a ingestão de vitamina C, que promove a absorção do ferro vegetal, costuma ser duas vezes maior do que a de onívoros. Deve-se evitar a utilização de quaisquer tipos de chá, mas principalmente o chá preto, junto com as refeições, pois ele inibe a absorção de ferro. Os grãos de cereais integrais, assim como os feijões, devem ser deixados de molho na água por pelo menos 12 horas, para que o seu teor de ácido fítico seja reduzido. Esse ácido reduz a absorção do ferro ingerido.



Mito culinário do vegetarianismo
É interessante esclarecer que a dieta vegetariana, apesar de limitar a ingestão de determinados alimentos e parecer restritiva, faz com que as pessoas consumam uma variedade maior de alimentos. Em uma dieta onívora, o prato principal é sempre um tipo de carne, seja ela assada, grelhada ou cozinha. Quando uma pessoa se torna vegetariana, o acompanhamento de uma dieta onívora vira o prato principal, como uma lasanha de carne de soja, um ensopado de glúten ou um prato com grão-de-bico. A partir do contato com diversas cozinhas, como a indiana e a mediterrânea, pode-se dizer que a vegetariana é mais saborosa, mais variada e o mais importante: é mais saudável e ética.

POR CRISTIANE SENNA – REVISTA ÉPOCA

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

DOE MEDULA ÓSSEA!


Imagine, ainda que apenas por um minuto, que tem leucemia. Imagine que o seu médico lhe diz, após vários ciclos altamente debilitantes de quimioterapia, que não existe um dador de medula óssea compatível consigo. Imagine que sabe que isso significa que tem muito pouco tempo de vida, já que uma percentagem esmagadora dos doentes com leucemia, só tem esperança se fizer um transplante de medula óssea. Imagine a angústia, o medo e a ansiedade. Imagine a tristeza de se começar a despedir de quem mais gosta, sabendo que tem muito pouco tempo para o fazer. Os seus pais, filhos, irmãos e amigos. Imagine que há muitas pessoas que, pelas mais diversas razões, mas no fundo por nenhuma em especial, não são Dadores de Medula Óssea e que, provavelmente, uma dessas pessoas, que precisava apenas de ter gasto 1 hora, podia ter salvo a sua vida. Imagine que ainda não é Dador de Medula Óssea. Pare de imaginar.Inscreva-se no Banco de Dadores de Medula Óssea e talvez possa ser a "célulazinha" que falta para um doente com Leucemia ter uma "vida nova".
A medula óssea recompõe-se em poucos dias e não faz falta para quem doa. A falta de informação é, sem dúvida, o maior obstáculo na luta contra a leucemia!

PRA DOAR:
Você tem que ter entre 18 e 55 anos e então será retirada por sua veia uma pequena quantidade de sangue (5 ml);
Seu sangue será tipado para HLA, que é um exame de laboratório para identificar sua característica genética;
Seu tipo de HLA será colocado no REDOME – Registro Brasileiro de Doadores Voluntários de Medula Óssea;
Quando aparecer um paciente, sua compatibilidade será verificada;
Se for compatível, outros exames de sangue serão necessários;
Se a compatibilidade com o paciente for confirmada, você será consultado para decidir quanto a doação;
Seu atual estado de saúde será avaliado.

Você sabia que a doação de medula óssea é um dos procedimentos mais simples entre as doações, e que você pode salvar uma vida?
Acha que vão retirar toda sua medula? Sabe quanto será retirado se for encontrado alguém que necessite dela? Menos de 10%. Com uma agulha inserida direta na medula (próximo a “bacia”) ou retirada da veia depois de tomar um medicamento para que as células saiam da medula é migrem para o sangue periférico. Dentro de poucas semanas a medula doada será recomposta pelo doador.
Depois de um tratamento que destrói a própria medula o paciente irá receber por meio de transfusão a medula doada e depois da segunda semana estará produzindo células novinhas. Simples assim. Seja doador, quanto mais pessoas estiverem inscritas no programa, mais fácil será encontrar um doador compatível.
Passo a passo para se tornar um doador CLIQUE AQUI

QUEM NÃO PODE DOAR:
Você so não pode ser doador se tiver alguma desta doenças. Não podem doar que já teve: HEPATITE B , C , HIV , SIFILIS , CHAGAS, LEUCEMIA OU ALGUM TIPO DE CÂNCER NO SANGUE.
Vá ao hemocentro mais proximo de sua casa, e se cadastre, ou a Santa Casa de São Paulo:
Santa Casa de São Paulo
Rua Marquês de Itu, 579
Vila Buarque – São Paulo-SP
CEP: 01221-001
Telefone: (11) 2176-7000 / 0800-167-055

A VIDA DE ALGUÉM PODE ESTAR EM SUAS MÃOS!
DOE MEDULA OSSEA!

Importante
Um doador de medula óssea deve manter seu cadastro sempre atualizado. Caso haja alguma mudança, a pessoa deve entrar em contato com o REDOME: (21) 3970-4100 / redome@inca.gov.br. caso esteja no RJ.
Ou pela AMEO - Rua Dona Veridiana, 410 Vila Buarque- São Paulo - SP Fone/Fax (11)3333-4424/ ameo.spdoadores@terra.com.br. caso esteja em SP!
Perguntas e Respostas sobre Transplante de Medula Óssea

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Yoga e corrida têm muito em comum


O Yoga pode revolucionar os treinos de um corredor. E o praticante de Yoga ganha benefícios ao combinar asanas, pranayamas e meditação com a corrida

Pode soar esquisito, mas o Yoga e a corrida têm muito em comum. Ambos desenvolvem prática, agilidade, flexibilidade e métodos respiratórios. Corredores tendem a enxergar a corrida como uma missão, pois desafiam suas limitações físicas e superam expectativas pessoais, desenvolvendo disciplina e autocontrole. “Por isso a ciência milenar do Yoga beneficia o corredor do século 21”, afirma Greta Hill, professora de Anusara Yoga da Califórnia radicada no Brasil. Durante um workshop sobre Yoga & corrida realizado no estúdio Yoga Flow em São Paulo, Greta apresentou uma seqüência dinâmica de posturas e exercícios respiratórios do Yoga para melhorar a flexibilidade do atleta, prevenir lesões, aumentar a concentração, estamina – resistência – e desenvolver consciência corporal, força e coordenação. Exatamente o que o corredor precisa para alcançar seus objetivos.

A corrida também ajuda na prática de Yoga – não tanto quanto na mão inversa, pelo fato de o Yoga já ser uma atividade completa, mas é bem válida para alguns casos. Aulus Sellmer, diretor técnico da assessoria esportiva 4any1 e praticante de Power Yoga, afirma que a corrida é extremamente benéfica para yogis, pois aprimora a condição cardiovascular do praticante. O treino aeróbio da corrida melhora a execução dos movimentos dinâmicos de um estilo vigoroso de Yoga como o Ashtanga Vinyasa. Ou ainda, como lembra Charlie Barnett, fundador do Yoga Flow, a corrida pode ser um ótimo complemento aeróbio para praticantes de métodos sem muito fluxo, mais baseados na permanência de posturas. “Na época em que eu praticava Iyengar, saía do estúdio de Yoga e ia direto correr no parque. Sentia-me completo com essa combinação”, diz.

Sellmer enfatiza a questão da concentração, bastante trabalhada no Yoga. Segundo ele, também é possível atingir um estado de concentração por meio da corrida: no momento em que pernas e músculos fluem sem qualquer esforço, as ondas cerebrais trabalham em uma freqüência baixa conhecida como zona alfa. Nesse estado, o corpo apresenta um estado de equilíbrio entre o consumo e a produção de oxigênio, proporcionando relaxamento. Ele sugere que corredores utilizem o Yoga para aprimorar a concentração e atingir a zona alfa com mais facilidade.

Charlie também teve essa sensação fora da teoria: “Chega uma hora na corrida que é mesmo como entrar em meditação, você não sente e não pensa em mais nada”. Natália Yudenitsch, jornalista, explora a fundo os benefícios da combinação de corrida com Yoga. Praticante de Yoga há quatro anos e corredora há dois, faz Ashtanga Vinyasa cinco vezes por semana e corre quatro, com Cris de Carvalho, diretora técnica do Projeto Mulher. “É uma combinação perfeita, porque a corrida melhora a capacidade aeróbia e cardiovascular, dá resistência, enquanto o Yoga desenvolve concentração, força e flexibilidade”.

Natália costumava fazer musculação, mas como o Yoga fornece o treinamento funcional, fica despreocupada quanto ao risco de lesões. Já participou de diversas provas de 10 k e no momento se prepara para a meia-maratona de São Paulo, em abril. Outra vantagem da corrida para praticantes de Yoga: os treinos tiram a responsabilidade do Yoga de exercer o papel “mundano” de compensar os abusos da vida moderna. Com a corrida, a prática de Yoga fica mais pura em seus objetivos. Em palavras mais simples e diretas, quem corre livra-se de pensamentos como “será que queimei as calorias do sorvete de ontem nesse vinyasa?” ou “espero que esse asana ajude a enrijecer as pernas”. Claro, é possível ter todos esses benefícios com prática regular das posturas, mas os objetivos
finais do Yoga vão muito além disso.

Teoria Aplicada
A filosofia do Yoga e a psicologia do esporte têm tanto o sankalpa – intenção – como dharana, concentração. No Yoga, não é nenhuma novidade usar o poder da mente. Mas depois que a tecnologia aplicada ao esporte evoluiu, os esportistas ganharam uma estrutura física melhor e mais nivelada. Então os especialistas começaram a acreditar na mente como o diferencial de um atleta. Ela pode aumentar a autoconfiança, concentração e assim, o rendimento no esporte.

A prática de concentração ajuda o atleta em todo aspecto de sua vida. Cyndi Lee, fundadora do estúdio Om em Nova York, afirma que no Yoga, os desafios estão sempre no caminho da prática e têm de ser bem-vindos, pois só assim o crescimento acontece. A transformação ocorre no limite. Tanto no Yoga quanto nos treinos de corrida, tem de haver equilíbrio entre tapas, que é o esforço sobre si próprio, e santosha, o contentamento, aceitação e capacidade de rendição. Segundo Swami Satchidananda, a prática de Yoga é como uma corrida de obstáculos. Eles estão lá para entendermos nossa capacidade. Todos temos esta força, mas parece que não a conhecemos. Precisamos ser desafiados e testados para que entendamos nossas próprias capacidades.

Na filosofia védica, é preciso ter equilíbrio entre o esforço e a rendição, e isso se aplica à rotina de treinos diários de corrida. Todo dia é um dia diferente. A energia da corrida flutua, assim logo é possível intuir como está a energia do dia. A energia é uma consciência que se aplica em prol da eficiência, mas é preciso suar a camisa! Pattabhi Jois afirma que o Yoga é 99% de prática e 1% de teoria (embora isso possa sercompreendido de várias maneiras, e até mesmo mal interpretado). Os asanas preparam o corpo para a “maratona” dos yogis, o mais elevado nível que se atinge: sentar-se em meditação. No caminho até esse objetivo, o praticante evolui sua prática de posturas e se aprofunda nos exercícios respiratórios.

De fato, corredores sabem que a melhoria na respiração é vital para o sucesso. O aumento de capacidade aeróbia traz maior liberdade de movimentos e prazer de realizar atividades físicas. Tensão representa queda no rendimento do atleta, portanto, uma respiração consciente é a chave para reduzir a tensão a níveis saudáveis. Exercícios de pranayamas – respiratórios – acalmam o sistema nervoso, tonificam os pulmões e relaxam o corpo inteiro. Corredores com alto nível de VO2 máx – índice que mede o volume máximo que uma pessoa é capaz de absorver de oxigênio em um minuto – bombeiam rapidamente o sangue rico em oxigênio para trabalhar os músculos. O máximo de oxigênio consumido é uma variável psicológica crucial para determinar a performance e resistência do corredor. Com o condicionamento dos asanas e pranayamas, é perceptível a quantidade de sangue fresco percorrendo o corpo.

Uma prática para combinar com a corrida
A partir de um condicionamento consistente e sistemático, é possível fortalecer e exigir mais de todos os grupos de músculos, que suportam e estabilizam o sistema esquelético. Isso pode de fato compensar os efeitos de treinos repetitivos do corredor. As posturas especialmente prescritas para esse fim por Greta Hill favorecem o alongamento, flexibilidade e equilíbrio fisiológico. Para uma prática combinada com corrida, comece com 3 a 5 Saudações ao Sol A (veja nossos vídeos, fotos e instruções no canal Asanas).

Yoga para ouvir o corpo
O Yoga ensina o praticante a cultivar a sabedoria do corpo, a confiança e conhecer seus limites. Assim que desenvolvida a habilidade de entender como o próprio organismo funciona, é possível receber e responder mensagens que o corpo envia. Essa questão é particularmente importante para o corredor, já que o organismo produz muita endorfina, substância produzida pelo mesmo que atenua a sensibilidade à dor e provoca a sensação de bem-estar. Esse “sentir-se bem” químico mascara a dor e isso pode causar lesões. Fique atento: em um percurso de 1.600 m, os pés tocam o chão mil vezes, o que representa três a quatro vezes o peso do corpo. Por isso, para compensar a tensão, os corredores experimentam desequilíbrios que comprometem as articulações e os músculos saem prejudicados. Músculos não alongados inibem o movimento das juntas, aumentando a possibilidade de lesões.



Saudação ao Sol A




Saudação ao Sol B


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