sexta-feira, 23 de julho de 2010

Não buzine, desvie

Vou fazer uma camiseta com a frase do título nas costas. Além da frase, haverá uma seta para a esquerda marcando 1,5 m, distância que, por lei (Art. 201 do Código de Trânsito Brasileiro), o motorista deve guardar do ciclista ao ultrapassá-lo. Mas não quero reclamar apenas do "grito" da buzina de um motorista estressado, mas sim questionar a utilidade dessa praga.

Eu proibiria a instalação de buzinas nos carros. A não ser que houvesse duas cornetas, uma na frente do carro e outra dentro, na altura do ouvido do motorista.

E buzina de moto? Certa vez, saí de moto e sem capacete. Quando fui buzinar, quase caí de susto. Não sabia que o capacete abafava o barulho da buzina nem que ela era tão alta e chata. Só era útil quando queria andar a 80 km/h entre os carros. Ou seja, quando pilotava com prudência, era totalmente dispensável.

Em uma outra vez, eu estava no carro, com o trânsito travado perto de uma faculdade. De repente, o motorista atrás de mim começou a buzinar como um retardado. O causador do congestionamento estava na outra quadra, pouco se incomodando com o barulho. Agora, eu...

Depois de uns dez minutos ouvindo aquela buzina no ouvido, não aguentei: desci do carro, fui até o cidadão e disse: "Amigo, sou a única pessoa que você está conseguindo incomodar e juro por Deus que a culpa não é minha! Ou será que fiz algum mal a você no passado?". Depois disso, ele se desculpou e suportou pacientemente o trânsito andar novamente.

No Rio de Janeiro é pior. Lá o uso da buzina é patológico, não se respeitam nem hospitais. Dizem que, se você estiver parado no semáforo e olhar ao lado, recebe uma buzinada porque sua obrigação é ficar atento ao semáforo, para sair a milhão no verde.

Posso estar exagerando, mas, para se ter uma ideia, desativaram as buzinas de todos os ônibus urbanos por causa dessa patologia. Agora, antes de o semáforo abrir, os motoristas começam a acelerar o ônibus, como numa largada de Fórmula 1, para deixar os demais motoristas "atentos". Isso eu comprovei in loco, na minha última estada no Rio.

Buzina é uma praga. Na bike, recomendo só as que fazem "trim trim", que são simpáticas e fazem os motoristas identificarem o som com uma bicicleta. Mas sempre tem uns chatos com buzinas elétricas ou de ar. Vai ver é para descontar as buzinadas chatas que eles recebem diariamente. Ou seja, chato tem em todo lugar. (André Pasqualini)
Pubilicado em O Bicicreteiro

Mulheres adotam "bicicleta-táxi" em Nova York

O The New York Times publicou um vídeo que mostra como essas bicicletas começam a fazer parte do cenário da cidade. Assista abaixo ao vídeo traduzido pelo UOL:



Você conhece os "Pedicabs" de Nova York?
Ariel Kaminer explora o mundo dos "pedicabs" para saber se são algo para turistas, ou se os moradores de Nova York podem usá-los para andar pela cidade.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Hoje: Viagens de bicicleta: experiências pelo mundo

Para quem mora em São Paulo, um evento muito bacana será o bate-papo com Argus Caruso Saturnino, arquiteto que deu a volta ao mundo de bicicleta. Ele percorreu países da América do Sul, Ásia, Europa e África pedalando e atravessou o Atlântico velejando.
Saturnino é autor do livro fotográfico “Caminhos – Volta ao mundo de bicicleta” pela Editora SESC SP. Durante o bate-papo desta semana, que acontece no SESC Consolação, ele irá abordar os percursos, experiências e a diversidade de cenários e pessoas encontrados em várias partes do mundo durante a realização de suas viagens de bicicleta.
O evento acontece nesta quinta-feira, 22 de julho, às 19h30, no Sesc Consolação. A entrada é gratuita e é necessário retirar ingressos 1h antes.
Sesc Consolação // Rua Dr. Vila Nova, 245 // Vila Buarque // Tel: 11 3234-3000
Vá de bike e chegue mais cedo! :-)

GP internacional de Triathlon

Domingo, 25/07/2010 - 07:00
Balneário Camboriú - Santa Catarina

12 Setembro Claro 100k

Cálcio na dieta vegana

Por Dr George Guimarães, nutricionista especializado em dietas vegetarianas.

A noção de que o leite e derivados são a melhor (se não a única) fonte de cálcio é tão arraigada na nossa sociedade que a maioria das pessoas tem dificuldade em aceitar a idéia de que é possível ter ossos saudáveis sem o consumo de laticínios. Mas o fato é que o cálcio não é exclusividade do produto secretado pelas glândulas mamárias dos animais mamíferos.

A noção de que o cálcio é exclusividade do leite da vaca é fruto de um elaborado trabalho de propaganda por parte das indústrias de laticínios. Apesar de não poderem afirmar diretamente que o leite de vaca é a única fonte de cálcio (isto seria propaganda enganosa) a indústria busca passar esta noção ao consumidor. Faz pouco mais de um ano que a Vegan Society do Reino Unido processou uma multinacional que lançou uma campanha que trazia a frase: “Leite – essencial para ossos saudáveis”. Em poucos dias, a campanha foi tirada do ar, pois essencial é aquilo que não pode ser substituído, o que não é o caso dos laticínios como sendo fonte de cálcio.

Se uma associação de feirantes pudesse desenvolver uma campanha para promover os alimentos vegetais como boas fontes de cálcio, o que eles promoveriam? Os vegetais verde-escuros (brócolis, couve e quiabo) são excelentes fontes de cálcio e estão acompanhados de uma série de outros nutrientes importantes para o metabolismo do cálcio, como o potássio e a vitamina K. As frutas secas (figo, damasco, uva-passa) e as castanhas e sementes (nozes, avelãs, amêndoas, castanha-do-Pará, semente de girassol, gergelim, entre outras) são fontes bastante concentradas deste mineral e são muito fáceis de serem armazenadas, transportadas e consumidas. Já as leguminosas (soja, tofu, lentilha, ervilha, grão-de-bico, feijões), muitas delas tão presentes no cardápio do brasileiro, são também boas fontes e o melado-de-cana completa a lista oferecendo uma grande concentração de cálcio. Estas são as principais fontes de cálcio em uma dieta livre de produtos de origem animal.

Assim como quando discutimos sobre a existência de boas fontes vegetais de proteína e ferro, uma vez demonstrada a possibilidade da dieta vegetariana fornecer estes nutrientes em quantidades adequadas, a questão que segue é sobre a sua qualidade, ou biodisponibilidade. De fato, há uma diferença com relação à eficiência com que o organismo humano aproveita o cálcio dos alimentos de origem vegetal quando comparada à eficiência com que aproveitamos o cálcio de origem animal. Esta diferença é que o cálcio dos alimentos vegetais é mais bem absorvido. Isto é demonstrado por muitos estudos científicos: os alimentos de origem vegetal oferecem um cálcio que é mais bem utilizado pelo organismo do que o cálcio que tem origem no leite e derivados. Isso significa dizer que, quando a ingestão se dá em quantidade adequada, a qualidade do cálcio vegetal não deixa nada a desejar ao cálcio de origem animal.

No que diz respeito à saúde óssea, as vantagens de se obter o cálcio dos alimentos de origem vegetal não param por aí, pois uma dieta isenta de produtos de origem animal (inclusive os laticínios) tem muitos outros aspectos que favorecem a saúde dos ossos. Quando um nutriente tem efeito positivo na retenção do cálcio no organismo, dizemos que o balanço de cálcio é positivo. O inverso vale para o termo balanço negativo. Os fatores dietéticos que afetam positivamente o balanço de cálcio são a vitamina K, o potássio, um pH sangüíneo alcalino e, é claro, o próprio cálcio. Os fatores que afetam negativamente o balanço de cálcio são o consumo excessivo de sódio, proteínas e vitamina A.

Uma dieta vegana é mais rica em vitamina K e potássio, enquanto ela é mais pobre em sódio. Ela também é mais provavelmente abundante em alimentos alcalinizantes ao mesmo tempo em que não excede com facilidade a quantidade recomendada de proteínas. Além disso, a dieta vegana não excede na ingestão de vitamina A. Na verdade, ela é isenta desta vitamina, fornecendo o beta-caroteno, que é convertido pelo organismo em vitamina A (retinol) apenas na quantidade necessária, evitando assim o seu excesso. Do ponto de vista dietético, a eliminação dos produtos de origem animal, concomitante com o aumento da ingestão de alimentos de origem vegetal, favorece em muito a saúde óssea.

Além do aspecto alimentar, devemos considerar a vitamina D e a atividade física. A vitamina D pode ser produzida pelo organismo e tem papel fundamental para o balanço positivo de cálcio. Ela é sintetizada quando ocorre a exposição adequada da pele à luz solar. Para pessoas de pele clara, uma exposição de cerca de 20 minutos em uma pequena porção de pele (mão e rosto, por exemplo) quando o Sol está a um ângulo acima de quarenta graus do horizonte é o suficiente para estimular a produção de vitamina D em quantidade adequada. Pessoas de pele escura devem estender este tempo de exposição para até uma hora. A atividade física também é muito importante para uma boa saúde óssea. Pense nos seus ossos como se fossem os seus músculos: se você os utilizar pouco, eles se desenvolverão pouco. Uma dieta vegana está relacionada a alguns aspectos que favorecem a prática de atividades físicas, como por exemplo um índice de massa corpórea mais próximo do saudável, e por isso o vegano ganha mais uma vantagem com relação à sua saúde óssea, já que a dieta como um todo favorece a prática de atividades físicas.

Vale notar que quando optamos por ingerir o cálcio a partir de fontes vegetais, estamos optando por ingerir alimentos que são também boas fontes de ferro, fibras e outros nutrientes importantíssimos e que não são encontrados nos laticínios. Aqueles que ainda acreditam que o leite é um produto adequado à alimentação de mamíferos adultos devem estudar mais a fundo os benefícios resultantes da eliminação deste alimento do cardápio, inclusive e especialmente no que diz respeito ao cálcio e outros fatores relacionados à boa saúde óssea.

Fonte:
Planeta Vegetariano
Tudo Sobre Vegetarianismo

Bicicletada

O que é a Bicicletada?

A BICICLETADA é um movimento que acontece no Brasil e no mundo todo inspirado na Massa Crítica, onde ciclistas se juntam para reivindicar seu espaço nas ruas.

Não existe um objetivo central, mas diversos objetivos sempre decididos pelos participantes. No entanto um mote em geral une os participantes. A BICICLETADA serve para divulgar a bicicleta como um meio de transporte, criar condições favoráveis para o uso deste veículo e tornar mais ecológicos e sustentáveis os sistemas de transporte de pessoas, principalmente no meio urbano.

A Bicicletada, assim como a Massa Crítica, não tem líderes ou estatutos, o que leva a variações de postura e comportamento de acordo com os participantes de cada localidade ou evento.


Dentre a pluralidade de motes, está o lema "um carro a menos", usado principalmente para tentar obter um maior respeito dos veículos motorizados que trafegam nas ruas saturadas das grandes cidades. Outro slogan levantado é o "Nós somos o trânsito". A idéia é deixar claro aos motoristas que a bicicleta é apenas mais um componente da mobilidade urbana e que merece o devido respeito.

Objetivos

  1. Pedalar;
  2. Divulgar, estimular, promover e criar condições favoráveis para o uso da bicicleta como meio de transporte;
  3. Integrar os ciclistas da cidade e valorizar a cultura da bicicleta;
  4. Conscientizar os usuários dos meios de transporte motorizados da importância da bicicleta para aliviar os congestionamentos;

Ciclista, seja mais do que um mero biker, seja um cicloativista! Venha participar desta manifestação pacífica, em prol da conscientização do uso da bicicleta no trânsito. Vamos mostrar a todos que a bicicleta não congestiona, ela transita! Além de não poluir, contribuir para a melhoria da qualidade de vida, ela humaniza os relacionamentos e pacifica o trânsito, dentre outros inúmeros benefícios.


Como posso ajudar?

  • Convide, convença ao menos uma única pessoa a participar da próxima BICICLETADA.
  • Imprima o folheto em folha A4 e distribua na faculdade, escola, padaria, bicicletaria...
  • Converse com seus conhecidos, convide-os a pedalar conosco. 
  • Para quem mora em Campinas e Região a próxima BICICLETADA será no dia 25/07 (Domingo) às 9:30 no SESC Campinas. Veja aqui

     
     

quarta-feira, 21 de julho de 2010

"Clube da Luluzinha" vai de bicicleta até para balada

 
Elas vão à padaria, ao trabalho, à faculdade e até mesmo à balada de bicicleta. São as Pedalinas, um grupo de meninas que usa a bike como meio de transporte.
Todo primeiro sábado do mês elas se reúnem na praça do Ciclista, onde a Paulista encontra a Consolação, para falar sobre o que só as mulheres que enfrentam o trânsito de bicicleta entendem. E para pedalar, claro.
Editoria de Arte/Folhapress
As pioneiras (atualmente são 20, e quase 60 na lista de discussão do blog pedalinas.wordpress.com) já participavam de outros grupos de ciclistas, mas eles tinhas poucas mulheres, além de muitas dúvidas que os meninos não sabiam responder.
Como se impor no trânsito (território que consideram machista)? Como chegar ao trabalho arrumada? Decidiram fundar um grupo só de meninas para trocar ideias e ajudar as iniciantes a perderem o medo do trânsito.
Camila de Oliveira, 28, analista financeira, pedala ao menos 12 km todos os dias. Ela sai de casa e percorre 6 km até a estação de trem. Embarca com sua bicicleta dobrável e desce na estação Berrini. De lá faz um trajeto curto até o trabalho. Tudo isso de terninho ou saia.
"Você percebe que, na prática, não precisa se vestir com roupa especial." Mas muita gente se espanta, conta Camila, que pedala há dois anos e meio. Ela se juntou às Pedalinas em fevereiro, com o grupo já formado.
FÔLEGO
O visual e a preparação física, segundo as Pedalinas, são as questões que mais suscitam dúvidas entre as iniciantes. Que roupa usar? Como não chegar toda desarrumada e suada? Será que tenho fôlego suficiente?
Talita Noguche, 24, que mora na Aclimação, trabalha em Pinheiros, estuda na USP e faz todo esse trajeto em sua bicicleta. Para ela, as meninas devem usar "o que quiserem, a roupa de sempre". "Com o tempo, o exercício deixa de ser aeróbico, o corpo acostuma e não sua tanto."
Aline Cavalcante, 24, uma das fundadoras do grupo, diz que vê mais mulheres na rua hoje e acha que estão perdendo o medo.
Pela lei, as bicicletas, além de fazer parte do trânsito, têm a preferência.


Fonte:
VANESSA CORREA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Bicicleta marcada na pele

No Flickr um grupo de foto de tatuagens que têm alguma relação com o mundo das bicicletas. Algumas são lindas, outras ficam só na boa intenção. Mas vale dar uma olhada no slideshow abaixo:

Cycling Copenhagen

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Inglês caminha há 836 dias por toda a extensão do Rio Amazonas

Ed Stafford já cruzou 6.400 quilômetros das margens do rio e está perto de terminar a jornada no Brasil

Nem um pouco do glamour de Indiana Jones cerca o ex-militar de 34 anos Ed Stafford. Ele trocou sua vida na Inglaterra por um desafio nunca realizado: caminhar por toda a extensão do Rio Amazonas. Em vez de chicote e chapéu, o explorador carrega muitas mochilas, filmadora e um notebook. Em abril de 2008, partiu da nascente do rio em Canamã, no Peru, próximo ao Oceano Pacífico. E só vai terminar sua aventura na região brasileira onde o rio desemboca no Oceano Atlântico. Atualmente, está próximo do fim da jornada na cidade de Portel no Pará.
A viagem pode não ter aventuras como nos filmes, mas está muito bem documentada com vídeos, fotos e até um blog mantido por Ed. Faltam menos de 400 Km para ele completar os 6.800 km de comprimento do Rio Amazonas. A viagem já custou cerca de 70 mil libras (mais de R$ 192 mil), e só foi possível graças a ajuda da família para levantar fundos e conseguir patrocinadores. De início, o britânico calculou que o percurso duraria um ano, até agora foram dois anos e três meses.

Conectado, Ed usa seu Macbook para atualizar blog e twitter

Sua preocupação inicial eram as onças e cobras. Mas o ex-militar enfrentou outros perigos bem mais humanos. Considera que parte mais perigosa da viagem foi caminhar em terras dominadas por traficantes de drogas ainda na parte peruana da Amazônia. Além disso, os indígenas daquela região têm uma forte crença que há um estrangeiro branco que rapta crianças e rouba seus órgãos, e não foram muito receptivos com o explorador. Não se sabe se a crença tem algum fundamento. Talvez por isso, perto da cidade de Contamana, Ed foi detido pela polícia e considerado suspeito de um assassinato.
Ed faz boa parte do percurso alagado da região nadando. Em alguns casos, ele usa um bote inflável.

Seu primeiro parceiro abandonou a expedição após três meses. Depois disso, o britânico passou a contar com a população local e com um novo guia, o peruano Gadiel “Cho” Sanchez Rivera, que segue até o final do percurso. Problemas que no início da viagem eram considerados menores, como mosquitos e formigas, tornaram-se maiores conforme o tempo passou. Ed disse em seu último post no blog que recentemente passou pela parte mais difícil da viagem. Cho e ele estavam cansados, começaram a se desentender e acabaram tomando uma rota mais demorada. “Nosso humor falhou neste ponto – estar perto do fim parece ter diminuído nossa tolerância.”

Chegando ao fim da aventura, o “Indiana Jones conectado” pretende voltar para a casa e descansar – claro. Depois vai começar a dar palestras motivacionais que já são agendadas por sua relações públicas.



Confira também sua página de vídeos

Cultura da carne

Por Leonardo Brant
Não pertenço a nenhuma tribo ou religião. Comecei a eliminar a carne do meu cardápio por questões de bem-estar pessoal. Simplesmente me sentia melhor sem carne. Mais leve, com maior vitalidade, sem o peso da digestão. Isso não faz de mim um ativista, mas não me impede de refletir sobre os efeitos pessoais e sociais de uma vida sem (ou com menos) carne.
Apesar de ter passado um período mais radical, vivendo sem álcool, café, glúten e lácteos, a dieta mais adequada para mim é a do equilíbrio e do bom senso. Quando exagero, faço jejum, volto a essa dieta higienista e retomo o bom funcionamento do organismo.
Assim como a cultura do automóvel, a cultura da carne é algo central em nosso sistema socioeconômico, símbolo de um processo civilizatório baseado na propriedade e na crença da superioridade humana sobre todas as outras formas de vida. E da nossa supremacia cultural sobre nós mesmos, justificando guerras, violências, descasos, abandonos.
Isso faz com a população de gado no Brasil, por exemplo, seja maior que a de humanos, e sirva única e exclusivamente para provê-lo de couro, derivados de leite, carne, além de outros alimentos e produtos, das vísceras ao mocotó. O mesmo se aplica aos frangos, patos, porcos, carneiros e ovelhas, que devem sua existência tão somente como fonte de alimento ao ser humano.
Cada vez mais o processamento da carne se dá modo industrializado, o que resulta em desequilíbrio ecológico, a ponto de se configurar como uma das principais causas do buraco na camada de ozônio e do aquecimento global. Mais água, mais pasto, mais produção de ração, mais desmatamento, mais gases metano.
Assim como a indústria do automóvel, a da carne tem uma relação de causa e efeito com o invetitável abismo entre pobres e ricos no mundo: se todos comerem carne e utilizarem automóvel diariamente, o planeta explode.
Recentemente o Brasil se tornou o maior produtor mundial de carne. Isso diz muito sobre o modelo de desenvolvimento que estamos construindo. E a nossa atitude diante disso diz mais ainda sobre o lugar que ocupamos no planeta.
Sustentabilidade não é algo para delegarmos às empresas e cobrarmos dos governos. É, antes de qualquer coisa, uma questão de cultura e cidadania. Como consumir, como votar e participar da construção das políticas públicas é a questão vital para a vida em sociedade e para a construção da democracia.
http://www.culturaemercado.com.br/headline/cultura-da-carne/

Sign by Danasoft - Get Your Free Sign

Sign by Danasoft - Get Your Free Sign