O Nirvana é o frescor do abandono, o prazer de experimentar sem sofreguidão nem resistência à vida.
Qualquer um percebe que, se a avidez e a aversão fossem constantes, ninguém as suportaria. Nessas circunstâncias, as coisas vivas morreriam ou ficariam loucas. Sobrevivemos porque há períodos naturais de frescor, de plenitude e sossego.
Na verdade, esses períodos duram mais do que os fogos da avidez e do medo. É o que nos sustenta. Os períodos de repouso nos deixam renovados, vivos, nos deixam bem. Por que não somos gratos por esse Nirvana de todos os dias?
Jack Kornfield (EUA, 1945 ~)
“Depois do êxtase, lave a roupa suja”
O que é nirvana?
Para os seguidores do budismo, o nirvana é o último estágio no caminho espiritual do ser humano, quando acontece sua suprema libertação. “Buda diz que libertação é um estado de paz interior permanente, alcançado quando abandonamos sentimentos negativos, como raiva, apego e ignorância. Paz é sinônimo de felicidade e todos nós queremos ser felizes e nos livrar do sofrimento”, afirma a monja Kelsang Pälsang, professora do Centro Budista Mahabodhi e diretora nacional do budismo kadampa no Brasil (http://www.budismo.org.br/ ). A palavra nirvana vem do sânscrito e pode ser entendida como “extinção do sofrimento”. Também pode ser compreendida como um estado mental que aniquila a personalidade. O ser humano deixa de existir como tal para ter uma existência divina. Segundo o budismo, quando isso ocorre, o ciclo de morte e renascimento cessa. Os budistas acreditam que o nirvana pode ser alcançado pela meditação e pela prática do “caminho do meio”, que inclui oito passos: a compreensão correta (não existe um “eu” individual), a atitude correta (boa vontade), a fala correta (honestidade), a ação correta (não-violência), o modo de vida correto (não impor sofrimento aos outros), o esforço correto (concentrar- se em ações nobres), a atenção correta (máxima percepção do presente) e a concentração correta (ter a mente tranqüila).
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