domingo, 10 de janeiro de 2010

BR-135: 2009 by Maria Ritah

Sou ultramaratonista desde 2008 quando fiz COMRADES na Africa do Sul. Depois disso, nunca mais quis correr nem maratona. Sou uma apaixonada pela longa distância. Mas devo dizer que não tenho porte de atleta de corrida, minha paixão supera em muito o talento que eu não tenho para ser corredora. Depois da experiência na Africa do Sul, comecei a literalmente caçar ultramaratonas pelo Brasil e me deparei com esta: BRASIL 135.

Conhecida internacionalmente como Brazil 135 Ultramarathon. É a prova de corrida a pé mais difícil do Brasil e do Mundo, com uma distância de 135 Milhas (217 Kms) e com um tempo limite 60 horas. A prova é toda realizada na Serra da Mantiqueira entre os estados de Minas Gerais e São Paulo.

No início iria como pacer do meu amigo médico Gentil, mas o sangue começou a ferver só em pensar correr pelas montanhas mineiras e passei de pacer a competidora, mesmo sem ter muita experiência na longa distância.

Em janeiro de 2009, saí de Manaus, sozinha, para Poço de Caldas, local da largada. Estava sem equipe e isso criou um impasse com a organização que não ia me permitir seguir, foi aí que Eliana me emprestou o irmão par me ajudar e o Mário, o personal dele.

Tudo para mim tava muito complicado. Sentia que minha história estava fadada ao fracasso, mas mesmo assim não desisti. Ultramaratonista é bicho esquisito mesmo, muito teimoso. Faço parte da classe.

Começando a Carrera, a adrenalina tomou conta de todos. Ora com uma corrida forte, ora mais leve. Eu sabia que tinha que andar nas subidas e trotar nas descidas. Mas empolgada exagerei no ritmo, passei a descer as ladeiras como uma louca desvairada, meu Deus! Só de lembrar tremo. A falta de experiência me custou DNF no km160. A gente por melhor que seja tem que respeitar a distância.
Tive problemas na panturilha esquerda, não conseguia andar. Foi próximo a Estiva, mais da metade da corrida que eu decidi parar.

Grandes subidas e extensão descidas machucavam cada vez mais minha panturilha. Não conseguia mais andar.

Nunca vou esquecer esta montanha e a cena. Chorando feito criança parei no meio dela e comecei a chorar. Agradeci o caminho e me despedi, prometendo voltar em 2010.

Este ano, vou participar da competição em dupla, minha equipe Manauara, eu e Alberto Peixoto. Uma lição eu aprendi: respeitar as montanhas, respeitar a distância. Não é fácil.



Um comentário:

Jorge Cerqueira disse...

Alberto muito boa a história da Maria Rita, linda a história dela nas longas distância. Bom amigo como lhe falei o motivo de não poder estar com vcs nesta BR 135, não estarei fisicamente com vcs correndo, mais estarei em espírito e torcendo para que de tudo certo, boa sorte ALBERTO e MARIA na BR 135.

Um Ultra abraço,

Jorge Cerqueira
www.jmaratona.blogspot.com

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