domingo, 23 de outubro de 2011

O MILAGRE DO IPÊ


"Não aceitando a imposição do homem, o ipê fincou pé e readquiriu a vida. O poste que floriu fica como uma homenagem à Primavera".
O MILAGRE DO IPÊ 
O Primeiro Ato é mais que conhecido:
- Esta árvore é minha! Vocifera o bronco.
Vai me trazer o conforto merecido.
Este pé de ipê é de excelente porte.
Tira-lhe os galhos... Raspa-lhe o tronco,
Pois que está condenado à morte!

Vem, a seguir, o Segundo Ato:
- Tudo tem que estar pronto ao fim do dia.
Não há espera. Árvore é no mato!
Prendem-lhe fios, arames e pregos
Para que a modernidade em energia
Chegue a todo bairro em imediato!

O Terceiro Ato é mais que previsível.
- Morreu como um crucificado!
É forte? Madeira de lei? É invencível?
Que nada! Estarei no meu sofá sentado
E este pé de ipê me dará alívio
Ao trazer luz, tevê e ar condicionado.
Como fez o Cristo no Calvário.

O Ipê - no Quarto Ato - foi divino:
Abriu em belíssimo cenário
Pra ressurgir florido à espera
De ofertar flores ao assassino.
Exuberante! Lindo! Uma quimera!
Respondeu com paz, o solitário,
E saudou com vida a Primavera!

Fonte: Folha do Meio Ambiente – Setembro de 2011

2 comentários:

mv disse...

Beleza de exemplo que a natureza nos traz. A poesia é magnífica. Que sensibilidade deste poeta Silvestre Gorgulho. Fiquei arrepiada com a camparação entre o Ipê e Cristo. Simplesmente fantástico. Parabéns ao Blog.
Elisete Salmeron

mv disse...

Beleza de exemplo que a natureza nos traz. A poesia é magnífica. Que sensibilidade deste poeta Silvestre Gorgulho. Fiquei arrepiada com a camparação entre o Ipê e Cristo. Simplesmente fantástico. Parabéns ao Blog.
Elisete Salmeron

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