segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Casa com grama no telhado aposentaria ar-condicionado

Você moraria em uma casa com um gramado no telhado? Pois esse é um dos itens que permitem conforto térmico no interior de uma residência garantindo temperaturas agradáveis sem o acionamento de aparelho de ar-condicionado ou aquecedor elétrico. Mesmo quando fora da residência faz muito calor ou frio rigoroso, a gramínea vai agir como uma manta protetora proporcionando um ambiente interno mais aconchegante e termoacústico.
Essas são as promessas da casa sustentável com telhado verde que ficou em exposição na Lagoa do Taquaral, em Campinas, durante o Sustentar 2010, um evento de discussões, debates e exposições com experiências e técnicas voltadas à sustentabilidade e meio ambiente.
“As residências convencionais podem incorporar a grama no telhado. Bastam algumas adaptações para o revestimento de uma camada de terra e colocar as bandejas de grama no todo ou em parte do telhado”, contou a arquiteta Renata Marangoni, coordenadora do projeto. Para a execução do trabalho ela foi buscar o auxilio de um grupo de alunos e formandos da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) que já pesquisam técnicas de moradias sustentáveis.
“O grande desafio foi aplicar o exercício de mercado e academia, ou seja o que temos a mão e o que está em estudo nas universidades”, disse. Porém, para otimizar o beneficio de um gramado em cima da casa faz-se necessário distribuir a localização de janelas e portas de forma que torne mais eficiente a circulação de vento e luz do sol.
Madeira e vidro
O sistema construtivo é suspenso. “A edificação troca o calor com a terra também. O paisagismo externo também é importante para criar um resfriamento local. Evita-se o cimentado ao redor”, disse ela. A área total de construção é de 65m² e é funcional para duas pessoas.
Um deck elevado acessa uma sala de estar integrada a cozinha. “Há a troca de calor com o solo também”, conta ela. O dormitório, com saída para uma varanda, reserva uma área para trabalho.
A estrutura é de madeira de reflorestamento, assim como os móveis da instalação. As portas e janelas são de vidro com alguns encaixes metálicos. O isolamento das paredes é com manta de lã de vidro e em algumas extensões recoberta de madeira. A iluminação é de LED com feixe de luz direcionado, além de a residência ter aproveitamento da luz natural das janelas. O teto acompanha o caimento do telhado com peitoril de 1,84 m. A casa dispõe de um reservatório para reaproveitar água da chuva e reuso da água do banho.
Na construção apresentada, uma parte da cobertura é com telhado verde e o restante é uma sobreposição de resíduo de petróleo de manta asfáltica. A energia elétrica consumida dentro da casa é limpa, pois é produzida por fontes naturais autorrenováveis, incluindo a energia eólica produzida pelo vento e a fotovoltaica captada por painéis solares que convertem os raios de sol em eletricidade.
O painel de aquecimento solar está sobre a casa e o sistema de hélices pequenas em uma torre fica a poucos metros. O sistema gera 500 watts por dia. O consumo das luminárias internas e um poste externo de LED gastam em torno de 250 a 240 watts/dia.
O banheiro foi remodelado para a redução do consumo de água do banho e das descargas do vaso sanitário. O chuveiro, com água aquecida pelo sistema solar, tem dois dutos: um para fornecer e outro para guardar a água para o reuso. O vaso com caixa acoplada dispõe de dois acionamentos: um curto e outro para maior demanda de água.
Retorno do investimento
Segundo Renata, o custo de construção, sem os cálculos dos acessórios de fonte limpa de energia, é similar as demais moradias e estão em torno de R$ 1,2 mil e R$ 1,4 mil o metro quadrado. “A vantagem é que o valor investido na casa se paga ao longo do tempo de uso, com a economia que se faz com consumo de energia elétrica e consumo de água”.
“A ideia é aplicar a tecnologia já existente em um projeto novo, escolhendo materiais sustentáveis, aplicando o reaproveitamento de água, de fontes de calor, de vento, de forma eficiente”, disse o aluno do 6º ano da FAU-Unicamp, Daniel Turczyn, 25 anos, um dos integrante do grupo que agilizou a execução da casa. A residência em exposição foi desenhada para abrigar um casal. “Mas pode ter uma planta ampliada com mais instalações”, contou.
Segundo o estudante, todos os elementos contidos ali podem ser aplicados ou adaptados em residências convencionais. A execução da planta de 65 m² levou 20 dias e teve como parceiros empresas da construção civil, indústrias que buscam técnicas de utilização de materiais passíveis das condições e dos recursos naturais e de consultores de produtos sustentáveis.

Confira agora como é simples e fácil a construção....
1- Construa a estrutura de madeira ou bambu de acordo com o tamanho desejado...
2-Após, vá colocando os bambus, já medidos e cortados, fazendo alinhamento e os amarrando com arame, (á sua escolha);


3-Passe arame entre o bambu e a estrutura, reforçando as amarrações;


4-Logo, com a base toda estruturada;


5-Cubra com uma lona, para a impermeabilização da madeira;


6-E coloque a terra já preparada, em média de 5 a 10 cm de cobertura,


7-Coloque os tapetes de grama;


8- E...está pronto o telhado!



Vantagens do TELHADO DE GRAMA:

  • Efeito refrescante no verão e calefação no inverno.

  • Absorção de ruídos.

  • Resistência ao fogo.

  • Auto-regeneração da cobertura;

  • Resistência aos ventos e às chuvas de granizo.

  • Adequação ao meio ambiente devido ao mimetismo.

  • Vida útil longa e de baixa manutenção.

  • E para quem pensa em captar a água da chuva (medida extremamente importante para conter o problema da falta de água), as plantas e a terra do telhado verde funcionam como um filtro natural da água, que pode ser armazenada ainda mais limpa, para depois ser usada na irrigação do jardim, nas bacias sanitárias, no chuveiro e, em regiões mais áridas, até para cozinhar e beber. Sem falar que um telhado em forma de jardim deixa a casa mais bonita, convidativa, gostosa de se ver.

  • E tem mais: o telhado verde faz uma compensação da parte do solo que foi coberta com a construção. É aí que entramos nas qualidades ambientais do telhado verde, que crescem à medida que aumentamos a incidência e a escala desses telhados. Imagine uma cidade como São Paulo, por exemplo, onde as construções impermeabilizaram boa parte do solo. Onde tem telhado verde, a água da chuva escorre mais devagar, já que precisará atravessar a camada de terra antes de atingir o solo.

  • Isso ajuda a combater as enchentes, especialmente aquelas causadas por chuvas fortes e de curta duração. É claro que se a sua casa for a única com telhado verde no seu bairro, ela não poderá fazer muito a respeito. Mas se houver várias casas com esses jardins suspensos, o escoamento da água certamente reduzirá seu ritmo, evitando os estragos provocados pelas enchentes.

  • Quer outra vantagem? O telhado verde também combate as ilhas de calor que se formam nas cidades grandes por causa da falta de áreas verdes e excesso de áreas com solo impermeabilizado (leia: asfaltado e edificado). A regra da escala que vale para o problema das enchentes também vale para as ilhas de calor: um telhado verde não faz milagres, mas um conjunto de telhados-jardins pode ajudar a reduzir a temperatura em áreas densamente construídas. Imagine um telhado verde num shopping center, numa universidade ou numa indústria! (Nos EUA, uma das fábricas da Ford tem o título de maior telhado verde do mundo).

  • Existe ainda uma outra grande vantagem do telhado verde nas cidades: a reabilitação de hábitats para pássaros e outros bichos pequenos (borboletas, besouros, grilos, gafanhotos, abelhas e por aí vai).

Um comentário:

Victor disse...

Será que telhas eternit aguentaria o peso da grama mais a agua ?

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