quarta-feira, 2 de junho de 2010

Brasil conquista 28 vagas para Kona

A décima edição do Ironman Brasil, única seletiva da América Latina para a final do Mundial Ironman, realizada na capital catarinense, teve um australiano e uma canadense como vencedores.
Luke McKenzie fez sua estreia na prova vencendo de ponta-a-ponta e ainda por cima estabeleceu o novo recorde para o masculino, que durava desde a primeira edição, marcando 8h07min38seg (anterior era 8h11min10seg, de Eduardo Sturla) para os 3,8 km de natação, 180 km de ciclismo e 42,5.
No feminino, a vitória ficou com a também estreante Tereza Macel que tem cidadania canadense e tcheca, com o tempo de 9h19min12seg.
O Brasil, que apostava no bom desempenho de Reinaldo Colucci, viu o atleta abandonar a competição ainda no ciclismo, após passar dos 130 quilômetros. Por outro lado, a torcida vibrou o excelente resultado do goiano Santiago Ascenço, que chegou em terceiro lugar, com 8h18min32seg, quase seis minutos atrás do segundo colocado, o argentino radicado no Brasil Ezequiel Morales, 8h12min43seg. No feminino, Silvia Fusco foi a melhor brasileira, com 10h15min56seg, na sétima colocação.
Luke McKenzie não conseguiu esconder a alegria da vitória, mas principalmente por bater o recorde da prova a ponto de apontar a conquista como a melhor experiência de sua vida. O australiano revelou que fez uma prova tranquila, mas que quando faltavam três quilômetros para a linha de chegada sua motivação aumentou. Ele ouviu do amigo brasileiro Rodrigo Eichler que se mantivesse o ritmo teria chance de bater o recorde.
"Dei tudo de mim para bater o tempo do Ironman 2001. Sem dúvida a melhor vitória e melhor experiência de minha vida", salientou.
O australiano afirmou que sua prioridade é descansar para participar de dois Ironman 70.3, focando, com isso, a disputa do Havaí. Audacioso, decretou que sua performance em Florianópolis o deixou confiante para seguir para as próximas competições com 100% de chances de ganhá-las. Antes de seguir para a Austrália, Luke McKenzie prometeu um pit stop no Rio de Janeiro.
"Vou curtir com os amigos no Rio de Janeiro. Tomar umas cervejas para comemorar, mas só algumas", brincou.
Tão feliz quanto Mackenzie estava o brasileiro Santiago Alves Ascenço. Com o tempo de 8h18min32, o goiano não se conteve ao afirmar que fez a prova ainda melhor do que projetava.
"Fazer o melhor tempo de um brasileiro no Ironman me deixa bastante orgulhoso. Estou muito, mas muito feliz com este resultado", afirmou o triatleta que participou de seu segundo Ironman na carreira.
"Senti que este era o momento para fazer a prova em Florianópolis. Tive a oportunidade de correr aqui no ano passado, mas decidi evitar a pressão que certamente sofreria. Primeiro fui disputar lá fora", revelou.
Santiago disse que desenvolveu uma prova estratégica. Focou na potência e em melhorar o desempenho em relação à primeira vez que disputou. "Não forcei o corpo, pois sei que no Ironman quem força paga o preço, disse. Contou ainda que tudo deu certo e que a disputa foi percorrida permanentemente dentro do seu limite físico. "Senti um pouco de solidão do outro lado da cidade, mas quando a gente chega aqui, com o incentivo da torcida, não sente mais nada", completou. O melhor tempo de um brasileiro no evento, até então, era de 8h28min02. Santiago conseguiu baixar em 10 minutos e 30 segundos o tempo que era de Reinaldo Colucci.
O argentino Ezequiel Morales definiu o segundo lugar, com cinco minutos atrás de MacKenzie, como o despertar de um sonho. "A melhor conquista de toda minha carreira esportiva", disse. Ele destacou que a partir do centésimo quilômetro começou a poupar energia para o sprint final. "Deu tudo certo, estou muito feliz", resumiu Morales que no ano passado terminou a prova em quarto lugar.
FEMININO
A popularidade do nome, que a fez se sentir em casa através do apoio da torcida, especialmente durante a maratona, foi um importante adicional à determinação de Tereza Macel para vencer a prova feminina do Vick Pastilhas Ironman Brasil. Para a tcheca naturalizada canadense, a prova foi muito difícil considerando as fortes adversárias. "Tive que trabalhar duro para passar Dede. Minha estratégia era me aproximar e manter o passo com a ideia de passá-la mais próximo do final. A oportunidade veio, e passei antes que esperava", comentou.
"Tive sorte em ter um nome brasileiro, pois as pessoas gritavam meu nome no caminho, me dando força e apoiando. E isso foi maravilhoso", reconheceu Tereza.
Já a norte-americana Dede Griesbauer, campeã do ano passado e vice neste ano, comentou que a disputa na natação foi a melhor que já vez em toda vida de atleta. Lamentou a má performance no ciclismo, que a fez chegar sete minutos atrás da campeã, Tereza.
"Não estou envergonhada de chegar em segundo de maneira nenhuma", resumiu Dede, que destacou entre seus planos a necessidade de tomar pílula, ligar para o marido. "Adoraria um banho também".
Casada com Ezequiel, vice na categoria masculina, a argentina Maria Soledad Omar comentou que focou o Iron 2010 como uma disputa especial na carreira.
"Sempre tive como características realizar provas conservadoras, mas não tenho mais 20 e poucos anos. Então decidi que daria o máximo. Apesar de ter puxado bastante no pedal, saí para correr inteira, estava me sentindo muito bem", destacou Soledad, mostrando felicidade pelo segundo lugar do marido. "A festa de comemoração vai ser uma verdadeira lua de mel. O pódio tem um sabor doce. Agora é partir pro Havaí", finalizou.
RESULTADOS
Masculino
1)Luke McKenzie (AUS), 8h07min38seg
2) Ezequiel Morales (ARG), 8h12min43seg
3) Santiago Ascenço (BRA), 8h18min32seg
4) Eduardo Sturla (ARG), 8h20min24seg
5)Oscar Galindez (ARG), 8h32min59seg.
Feminino
1) Tereza Macel (CAN) 9h19min12seg
2) Dede Griesbauer (EUA), 9h26min08seg
3) Maria Soledad Omar (ARG) 9h36min03seg
4) Hilary Biscay (EUA), 9h44min38seg
5) Donna Phellan (EUA), 9h44min45seg
7) Silvia Fusco (BRA), 10h15min56seg.
VAGAS PARA O HAVAÍ
O triatlo nacional não levou os títulos no Ironman Brasil, mas os competidores brasileiros ficaram com a maioria das 50 vagas para a final do Mundial Ironman, marcada para o dia 9 de outubro, na Ilha de Kona, no Havaí, juntamente com classificados de outras 26 seletivas espalhadas pelo planeta.
Foram 28 vagas garantidas pelo Brasil, divididas pelas categorias de faixa etária, confirmando o bom momento do esporte no país.
Entre os profissionais masculinos, os argentinos Ezequiel Morales e Eduardo Sturla, respectivamente segundo e quarto colocados, ficaram com as vagas. O campeão Luke já tinha a vaga, enquanto o brasileiro Santiago Ascenço, terceiro colocado, declinou do direito.
O tricampeão Oscar Galindez, quinto colocado no domingo, não teve direito à vaga em razão de ter feito um tempo maior do que 5% em relação ao primeiro colocado, seguindo a nova determinação da WTC, entidade de coordena a competição.
Entre as mulheres, com direito a duas vagas, Tereza Macel e Dede Griesbauer, primeira e segunda colocadas, já tinham assegurado a presença no Havaí. Dessa forma, Maria Soledad Omar (ARG) e Hillary Biscay (EUA) foram as contempladas. Além disso, a vaga em aberto no masculino foi para a mulheres, premiando a norte-americana Donna Phelan, quinto lugar.
A relação de brasileiros classificados é a seguinte:
FEMININO
18/24 Luiza Tobar e Ligia Neri
25/29 Ana Taddei
55/59 Maria Lucia Gonçalves
MASCULINO
18/24 Gustavo Ayres Netto
30/34 Ciro Violin, Rafael Gonçalves, Cristiano Solak e Gustavo Almeida
35/39 Cristiano Santos, Rodrigo Taddei, Marco Aurélio Gimenes, Wagner Spadotto, Jorge Minizaga, Fabiano de Souza, Eduardo Soviersoski, Rogério Del Nero e Eduardo Fernandes
40/44 Ricardo Santos, Rogério Capellari, Ralph Porto, Augusto Poças, Samuel Oliveira, Paulo PIsa, e Claudio Gavioli
45/49 Alex Valverde
50/54 Giancarlo Matarazzo
60/64 Benedito da Silva Filho

Um comentário:

Bons Km disse...

Que legal essa prova...
parece que foi emocionante mesmo...
Bater o record...
Bjinhos
Ju

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