sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Discurso de Lula sela opção pelo desenvolvimento sustentável ...



Por Ricardo Young, presidente do Instituto Ethos e integrante da comitiva*
Foi um discurso de estadista. A fala do presidente Lula na COP15, que acabamos de ouvir, veio ao encontro de nossas melhores expectativas. Foi desfeita, de forma corajosa, a grande dificuldade de posicionamento claro e contundente de nossa delegação, em relação às contradições que vem impedindo o acordo do clima. Mais do que corajoso, este discurso expressa o melhor espírito de responsabilidade esperado de um estadista que representa uma nação que não pode se omitir do comprometimento planetário com o acordo climático.
Lula pôs este acordo como um imperativo ético e moral de todos os países. Ele precisa ser celebrado e não pode se subordinar a interesses patromonialistas, de mercado ou de políticas internas. Por isso, convocou os dirigentes políticos do mundo a refletir sobre a tarefa histórica que tem pela frente e não admitiu recuo de quem quer que seja no esforco de superar as consequências do aquecimento global.
Enalteceu as vantagens competitivas do Brasil para o desenvolvimento de baixo carbono, aproveitando para reiterar o compromisso brasileiro com a redução das emissões de carbono. Em nenhum momento, o presidente Lula colocou estas vantagens como subterfúgio, que exime o país de seu papel histórico para com a humanidade, nesta encruzilhada que pode custar a sobrevivência da espécie no planeta. Reforçou, no entanto, que é óbvio que países com passivo de matrizes sujas tem, no mínimo, maior responsabilidade no esforço de mitigação e adaptação que nossa civilização terá de empreender.
Lula não fez blague nem demagogia. Foi convincente na defesa do imperativo social neste combate as mudancas climáticas, bem como da prerrogativa que os países insulares mais pobres tem de se candidatarem primeiro a ajuda internacional.
Na minha opinião, corroborada por personalidades como o cientista Carlos Nobre e o jornalista Washington Novaes, e que, com este pronunciamento presidencial, o Brasil selou sua opção pelo desenvolvimento sustentável.
O discurso do presidente esteve a altura da importância histórica desta conferência. Mas, as palavras deles precisam sair do papel e tornarem-se ações respaldadas pelo Congresso, pelo próprio Executivo federal e pelos governos locais. Mas avançamos e esta é a melhor notícia que levo deCopenhague para o Brasil.


*Texto publicado no blog do Instituto Ethos em 17/12/2009. Título original: "Discurso do presidente Lula sela opção brasileira pelo desenvolvimento sustentável"

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