segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Uso de headphone nas corridas


Os corredores anônimos, muitos deles aqueles atletas de fim de semana, estão na mira da USA Track & Field, a federação de atletismo dos EUA.


A entidade decidiu proibir o uso de fones de ouvido e iPods durante as provas de rua. A justificativa é "aumentar a segurança dos participantes".

Os atletas de alto nível, os que se dividem no pódio das principais competições, costumam não usar apetrechos eletrônicos enquanto estão em ação na disputa pelo topo. Alegam que isso tiraria a concentração e diminuiria a percepção de seus adversários.
Em teoria, a medida teria de ser cumprida na Maratona de Nova York, no domingo. Mas os organizadores já admitiram que é impossível controlar a multidão de 38 mil pessoas que deve competir. Mesmo assim, o estafe nova-iorquino recomenda que não se use rádio.

Lakefront Marathon, competição que foi marcada por um fato inusitado no mundo das corridas: a campeã foi desclassificada por ter usado ipod. A fisioterapeuta Jennifer Goebel sentiu na pele uma norma da USA Track and Field, entidade que regula a modalidade nos Estados Unidos. Há cerca de um ano e meio o Clube de Corredores dos Estados Unidos junto com a federação norte-americana de atletismo criou uma norma para incentivar os atletas a não usarem fones nas provas. No final de 2008, porém, a medida foi retificada e os organizadores passaram a ter livre arbítrio para aplicar ou não a medida, que possui exceções para a elite. Para essa categoria, fica proibido o uso de aparelhos eletrônicos nas competições em que houver premiação. “Não estava ouvindo antes da prova”, comentou às agências internacionais. “Não colocaria música a não ser que eu achasse estritamente necessário”, completou a atleta que fazia parte da elite. “Se você está entediado, a música ajuda a impulsionar. Em alguns treinos longos eu uso na última meia hora e nas provas carrego, mas muitas vezes nem uso”. Ela foi a segunda atleta a ser desqualificada, já que a fisioterapeuta Cassie Peller, de 23 anos, havia vencido a maratona, mas não teve o resultado validado porque aceitou água de pessoas que não eram da organização. A informação foi confirmada pela diretora de prova Kristine Hinrichs. Goebel afirmou que abre mão dos 500 dólares de premiação, caso os juízes voltem atrás e seu tempo de 3h02min50 seja computado como primeiro lugar. Dessa forma, a campeã passou a ser a então terceira colocada, Corina Canitz, que aparentemente não cometeu nenhuma infração. Apesar da atleta concordar que a regra é explícita, é difícil acreditar que escutar “Raspberry Beret” (álbum do cantor Prince) entre as milhas 19 e 21 seja considerado doping e trapaça. De acordo com um oficial da USATF, essa é uma ação inédita no país, mas que ainda vai gerar muita discussão.

Em junho, em Duluth, no Estado do Minnesota, os promotores recolheram iPods antes da largada e enviaram os aparelhos a seus donos pelo correio. Ainda assim, 30 foram desclassificados ao serem pegos burlando a proibição e correndo ouvindo música. Cerca de 7.000 disputaram a prova.

Nas regras da CBAt (Confederação Brasileira de Atletismo), não há qualquer restrição ao uso de iPods nas provas de rua. "O que é proibido é qualquer recurso tecnológico que sirva como ajuda principalmente ao atleta profissional", diz Rodolfo Eichler, assessor para corridas de rua da entidade. Ele afirma que o assunto não será discutido aqui por enquanto. "Acho um exagero [a proibição nos EUA]."

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