sábado, 3 de outubro de 2009

Açúcar: a droga da vez?


Apesar de não ser leitor da Revista Veja, acredito que vale o registro da Reportagem abaixo...
Aos que já leram, uma oportunidade para refletir sobre seus hábitos alimentares...
Revista Veja, Semana de 20.09.2009.
No dia em que o primeiro europeu colocou uma pitada de açúcar na boca, o mundo começou a girar mais rápido.

A data precisa desse acontecimento não foi registrada pela história, mas se deu em algum momento da Idade Média. De lá para cá, na vertigem da descoberta do açúcar, a civilização ocidental passou a mudar num ritmo intenso.
"O açúcar redesenhou o mapa demográfico, econômico, ambiental, po-lítico, cultural e moral do mundo", diz a historiadora canadense Elizabeth Abbott, autora de um livro sobre a civilização do açúcar, Sugar, a Bittersweet History (Açúcar, uma História Agridoce).

Em séculos de tragédia e glória, o açúcar transformou a alimentação do Ocidente, escravizou gerações de africanos nas Américas, foi combustível da Revolução Industrial, promoveu guerras e impérios, dizimou paraísos ecológicos, ergueu e pulverizou fortunas – e, nos trópicos, moldou a identidade brasileira.

Movido pela sua energia calórica, o mundo segue girando rápido, tão rápido que estamos agora na soleira de outra mudança vertiginosa: o açúcar começa a ser considerado um vilão da saúde humana, um veneno tão prejudicial que merece ser tratado com o mesmo rigor empregado contra – suprema decadência! – o tabaco.

Está mais perto o dia em que um pacote de açúcar trará a inscrição: "O Ministério da Saúde adverte: este produto é prejudicial à saúde".

O açúcar, em suas várias formas, é o grande promotor da obesidade, mas seus níveis altos no sangue podem ser associados a quase todas as moléstias degenerativas, do ataque cardíaco ao derrame cerebral e ao diabetes.

Existem suspeitas científicas sérias de que o açúcar possa até ser uma das causas de alguns tipos de câncer.

Na lista, está o câncer de pâncreas, o mesmo que matou o ator Patrick Swayze aos 57 anos na semana passada. Em Harvard, pesquisadores acompanharam 89 000 mulheres e 50 000 homens e descobriram que os refrigerantes podem aumentar o risco de câncer de pâncreas em mulheres, só em mulheres.

Antes que os homens se sintam premiados pela natureza, outro estudo, que examinou 1.800 doentes, sugere que uma dieta açucarada pode aumentar o risco de câncer do intestino grosso em homens, só em homens.

Mas, se o açúcar, como o tabaco, subir ao patíbulo, o refrigerante se tornará o cigarro da vez. Nos Estados Unidos, já há um movimento, incipiente mas sólido, integrado pelos cientistas mais reputados do país, contra o consumo de refrigerante.

Os estados de Nova York e do Maine discutiram a possibilidade de cortar seu consumo a golpes de imposto. Em Nova York, o governador David Paterson propôs uma alíquota de 18%, mas recuou depois de perceber a má vontade dos parlamentares e a força do lobby do açúcar, cujo poder é lendário na política americana.

Recentemente, um artigo publicado no New England Journal of Medicine causou furor ao defender uma taxa punitiva sobre os refrigerantes.
A repercussão se deveu à assertividade do artigo – que sugere tratar o açúcar como se tratou o tabaco – e à identidade de seus autores. Um é Kelly Brownell, renomado epidemiologista da Universidade Yale.

O outro é Thomas Frieden, que, trabalhando na prefeitura de Nova York, liderou o combate à gordura trans e fez 300.000 nova-iorquinos largar o cigarro. Agora, Frieden assessora o presidente Barack Obama como cabeça do CDC, órgão que cuida do controle e da prevenção de doenças.

Um comentário:

BALEIAS disse...

Caro Alberto, se você também já cortou o açucar, seria interessante que passasse para nós uma lista do que come, porque tenho dificuldade de saber o que faz parte de sua dieta comum.
Acabei não tendo sua resposta sobre o problema que eu te falei em Foz acerca da sobra do almoço de domingo e o projeto de segunda sem carne. Posso passar para terça o meu dia sem carne?
Encontrei três taxis no Paraguay com uma faixa amarela de "Veganos". Tirei até uma foto para te mandar. Vegano do Paraguay, como será?
Se descobrirem que o açucar contribui para derrame pensarei em tirar, porque AVC é meu pavor.
E essa de medalha diferenciada? Pô, só porque tem gordo correndo??
Abraço. Miguel Delgado

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